Adaptação e propagação, 1960-atual

Com a morte de Gardner em 1964, o Ofício continuou a crescer inabalável apesar do sensacionalismo e das opiniões negativas publicadas pelos tablóides britânicos, com novas tradições propagadas por figuras como Robert Cochrane, Sybil Leek e Alex Sanders, criador da Tradição Alexandrina, que, baseada no Garderianismo, embora com uma ênfase na magia cerimonial, espalhou-se rapidamente e ganhou muita atenção da mídia. Nesta época, o termo "Wicca" começou a ser adotado ao lado de "Bruxaria" e suas crenças e tradições exportadas para países como Austrália e os Estados Unidos.
Grupo Wicca brasileiro celebra o ritual de Samhain personificando a bruxaria com vassouras e roupas negras, 2009.
Foi nos Estados Unidos e na Austrália que novas tradições da Wicca surgiram, muitas vezes baseada em folk regionais e às vezes misturadas com a estrutura básica da Wicca de Gardner, gerando diversas formas de Wicca como o Dianismo de Zsuzsanna Budapest, cada uma delas enfatizando diferentes aspectos do ofício. Na década de 1970, a literatura Wicca também cresceu, e muitos livros ensinando pessoas a se tornarem bruxos sem iniciações formais começaram a ser publicados em grandes quantidades pelo mundo, como o Mastering Witchcraft (1970) de Paul Huson, um manual "faça você mesmo" que se tornou muito famoso e influenciou novos bruxos. Livros da mesma ordem continuaram a ser publicados através dos anos 80 e anos 90, alimentados pelas escrita de autores como Doreen Valiente, Janet Farrar, Stewart Farrar e Scott Cunningham, que popularizou a ideia de auto-iniciação ao Ofício.
Nos anos 90, as poucas comunidades wiccanas no Brasil procuravam se solidificar em grandes centros como São Paulo e fazer conexões com associações européias a fim de regulamentar a religião Wicca no país. O primeiro livro traduzido do inglês para o português trazendo o termo wiccaniano(a) foi Wicca: A Feitiçaria Moderna, de Gerina Dunwich. Posteriormente, outros livros traduzidos passaram a apresentar o termo "wiccano" como uma alternativa para a palavra inglesa "wiccan", termo usual para designar um adepto da religião em questão naquele idioma. Na década de 90, onde cada vez mais a Bruxaria ganhava novos adeptos, surgiram filmes como Jovens Bruxas (1996), dirigido por Andrew Fleming, e seriados como Charmed (1998-2006), introduzindo aos jovens uma ideia de religião bruxa. Mas, criticando a forma como a Wicca veio sendo encarada desde então, como moda, como ecletismo, e sendo engajada em movimentos como a Nova Era, muitos bruxos, notavelmente Andrew Chumbley, voltaram-se para a antiga tradição de Gardner, como uma forma de "levar a sério" o Ofício.

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